Podemos estar naquele lugar a desenhar meninas com sementes no coração, mesmo aqui numa cave cheia de tralha porque é uma oficina de trabalho. Já não sei onde é que li, deve ter sido nos meus apontamentos de estudo das massagens, que os orientais pensam a mente guardada pelo coração. E como é verdade que o coração responde aos nossos pensamentos e emoções. Acelera e desacelera com os nosssos pensamentos. É giro, esta tua presença constante e em directo no Japão. É muito bom os meios que temos à disposição para nos comunicarmos com as pessoas e com os lugares. E nós anciamos estar nesta leveza da viagem. É quando não estamos pesados, carregados pelas coisas todas da nossa vida do dia a dia. É como quando nós viajamos com o lápis no papel, com as cores ou com a máquina fotográfica. É quando libertamos a nossa felicidade da facilidade de expressão. Obrigada, Bruno.
(...)Um rumor de jardim, luzes sobre as águas,num ramo de espaço em firme esplendor, calor de flancos brancos.Estou fixo e livre neste centro com uma intensidade monótona.Contente de ser teu e de ser meu,na expressão plana do desenho e na expressão redonda do volume,alto em densidade e transparente,animal de fundo e de ar,no equilíbrio fluido de um movimento sólido,que não arde,imensa,mas à medida do corpo ardente,límpido.Por vezes,sem qualquer esforço, sou uma atmosfera ou identifico-me com um árvoredo,com a sua cor sombria,cor de veludo e silêncio,cor de estar ou ser, intemporal e densaOnde sou uma respiração de silêncio. Ou então uma encosta,alongado,profundo, externo,gosto de ser e nada mais,numa completa tranquilidade.Rumor de folhas e de mãos pequenas,insectos de delicada chama,diminutos fulgores silenciosos.Entre confusas claridades,na plena humidade,o fogo abre a flor do corpo.Sou tudo aquilo em que estou.Folhagem e água, ar,pedras,o sono verde da terra,tudo,o todo inteiro, aqui na coincidência feliz de ser,de mais ser,ebriamente límpido,misteriosamente idêntico.(...) António Ramos Rosa
1 comentário:
Podemos estar naquele lugar a desenhar meninas com sementes no coração, mesmo aqui numa cave cheia de tralha porque é uma oficina de trabalho.
Já não sei onde é que li, deve ter sido nos meus apontamentos de estudo das massagens, que os orientais pensam a mente guardada pelo coração.
E como é verdade que o coração responde aos nossos pensamentos e emoções. Acelera e desacelera com os nosssos pensamentos.
É giro, esta tua presença constante e em directo no Japão.
É muito bom os meios que temos à disposição para nos comunicarmos com as pessoas e com os lugares. E nós anciamos estar nesta leveza da viagem. É quando não estamos pesados, carregados pelas coisas todas da nossa vida do dia a dia. É como quando nós viajamos com o lápis no papel, com as cores ou com a máquina fotográfica. É quando libertamos a nossa felicidade da facilidade de expressão.
Obrigada, Bruno.
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